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22/05/2024

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Vander Corteze, CEO e Fundador da Beep Saúde

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No episódio #2 do Deep Dive Podcast, tenho a honra de receber Vander Corteze, CEO e Fundador da Beep Saúde, além de um grande amigo. Em nosso papo, você vai descobrir a fundo seus valores, sua pessoa e suas verdades inconvenientes.

Transcrição automática

Sylvestre Mergulhão (00:59.79)

Olá, ouvintes. Eu sou Silvestre Mergulhão, CEO e fundador da Impulso. E eu estou aqui hoje nos estúdios do Curso em Vídeo do Gustavo Guanabara, meu amigo, Influencer e Youtuber. E a gente está aqui gravando nosso episódio de hoje do Deep Dive Podcast. O podcast convida você a mergulhar profundamente na sua mente. Não queremos falar sobre os quatro segredos do sucesso, não queremos falar sobre como fazer gestão por OKRs e nem como levantar uma rodada de investimentos.

Falaremos sobre pessoas, valores e comportamentos, como foi a jornada dos nossos convidados, dos seus mais longínquos tempos até os dias de hoje, e quais são as suas grandes verdades e convenientes. E hoje eu estou aqui com o Vander Cortese, fundador da BR Med, CEO e fundador também da BIP Saúde. Seja bem-vindo!

Bom demais, meu amigo, bom demais estar aqui com você. É um prazer lisonjeado. E legal ver essa abordagem que você vai trazer, diferente do lugar comum de contar a história e os frameworks que a gente utilizou. E estou animado. Vamos ver o que vem por aí. Vamos ver. Uma das coisas que eu mais valorizo são os nossos valores. Parece até uma brincadeira de palavras meio exótica aqui, mas eu valorizo muito esses valores que a gente escolhe para a nossa vida e que a gente acaba colocando também nossas empresas. Historicamente, quando eu fui olhar o meu passado e fui analisar várias decisões da minha vida, eu percebi que várias dessas decisões, mesmo de forma inconsciente, estavam conectadas com os meus valores, que eu só descobri quais eram depois, anos depois, décadas depois, em muitos casos. Uma das coisas que eu sempre faço quando faço entrevistas com outras pessoas que vão eventualmente se juntar a mim dentro da Impulso é fazer

valores e eu compartilho isso com as pessoas e falo, dessas aqui quais são os seus valores? Então me conta um pouquinho aí dos seus. Que legal cara, e curioso porque se a gente tivesse tendo essa conversa talvez cinco anos atrás, eu teria respostas diferentes. Eu acho que a idade, idealmente lá atrás, junta a minha maturidade, não é garantido, mas é esperado que a idade traga a maturidade. E eu completei 40 anos agora,

Sylvestre Mergulhão (03:14.478)

E claramente uma das coisas que...

mais mudou na forma como eu vejo o mundo, é passei a olhar o mundo, passei a olhar as pessoas à minha volta e realmente buscar esse alinhamento de valores. E como é que você vai alinhar com algo se você não sabe quais são os seus valores? E eu posso dizer que aos 30 anos, talvez eu não tivesse claro os valores, eu sabia de forma mais etérea, sabia muito bem aquilo que eu rechaçava, aquilo que eu gostava,

e como eu disse de um tempo pra cá é refletir muito sobre isso e são quatro eu acho que eu sou mais econômico que você reduzir a quatro mas obviamente são os quatro principais e deles derivam diversos outros e sem mais delongas quais são eles eles têm inclusive uma ordem de serem apresentados a base tudo é ética e ética algo curioso se você me permitir estender um pouquinho

Eu faço um exercício lá na Beep quando estou recebendo novos membros, novos beepers, como a gente chama, e peço assim, fechem os olhos e levanta a mão quem já foi antiético. Pô, pensa assim, o cara está começando numa nova empresa, é o momento que ele vai conhecer o CEO da empresa, está de olho fechado, o olho fechado é muito para não influenciar o colega do lado.

e levanta a mão quem já foi antiético. Quando eles abrem os olhos, eles veem que eu estou com o braço levantado.

Sylvestre Mergulhão (04:48.814)

Porque é claro que a gente já foi anti-ético em algum momento na nossa vida, em especial quando a gente é criança. Eu tenho um filhinho de cinco anos e um de dois. Quando o de dois quer o brinquedo que o de cinco tá, ele vai lá e pega. Ele não tem a ética clara ainda. A gente não nasce com isso. Ética é um combinado de comportamentos, né? Tanto é que... em volta de uma mesa você tem uma etiqueta. Uma pequena ética, um pequeno combinado pra aquele... pra aquela situação.

O que não pode é alguém na minha idade, na nossa idade, não ser ético, não entender o que é o socialmente combinado e não seguir aquilo. E infelizmente, em especial no mundo dos negócios, não é raro você ser exposto a situações antiéticas.

Então, ética é fazer o correto, independente, correto e o combinado, socialmente combinado, independente se vai ser bom pra você, se vai ser ruim, se é gostosinho, se não é. Porque, realmente, fazer o ético, quando o ético é bom pra você, isso eu acho que a maior parte das pessoas vai fazer.

Mas eu acho que você vai testar ali a sua convicção do quanto você de fato é ético, é quando para o lado direito é o que é correto, o que é ético, e para o lado esquerdo é o que é mais agradável para você. Então, direto ao ponto, ser ético, fazer o correto, independente se é bom ou ruim no curto prazo para a gente. Perfeito. E deixa eu comentar um pouquinho. Você falou que aos 30 anos você não tinha claro ainda quais são as escolas dos valores e tal, e eu acho que isso é uma... Quem aos 30 anos tem isso claro e já trabalhou isso, já fez um exercício disso,

hoje em dia são exceções, né? Acho que a regra é aos 30 anos você realmente não ter feito essa análise ainda e eu vejo uma coisa muito positiva que tem acontecido com a geração mais nova, né? A geração mais nova tem se colocado em contato, em alguns casos, é claro que não é uma unanimidade isso, né? Mas tem se colocado em contato com sua autoanálise, com suas autoavaliações e chegado a essas conclusões mais cedo do que nós. Então, existe uma chance aí de, num futuro, esse cenário ser um pouquinho diferente

Sylvestre Mergulhão (06:56.848)

que foi pra nós, foi pra mim, foi pra você, mas não sabemos. Pra mim, como é que foi essa jornada? Já vou voltar aqui pra complementar os demais valores, mas aos 30 anos, não era um jovem, 30 anos seja um homem profissionalmente bem colocado, com responsabilidades, mas eu ainda tava ali muito aquecido nessa corrida profissional, ganhando meu espaço, e existe algo que não

quando você alcança talvez um local que você desejava, que você pare e reflete. Eu sei que soa clichê, mas você pare e reflete. Ué, ainda tá faltando alguma coisa.

E aí que muitas vezes vem essa análise. Peraí, o que que tá faltando na minha vida? Então, uma clareza, uma clareza de mundo que eu nunca tinha parado e eu achava que tudo se resumia a conquistar aquilo que profissionalmente eu havia desejado. E nossa, essa conversa aqui levaria horas, mas, por exemplo, um dos desdobramentos de você conhecer os seus valores é você passar a ter uma lente através da qual você olha o mundo e olha as pessoas à sua volta.

inclusive faz com que você tenha novas escolhas de quem você vai continuar convivendo, investindo seu tempo e de quem você precisa se afastar. Então entendo o seu ponto de que acho que a questão das pessoas mais novas estarem se expondo, tem aí uma chance delas terem essas reflexões de não precisarem chegar talvez ali aos 30, 40, seja lá que idade, para parar e pensar, ter esse vazio que para mim se apresentou num momento super bacana.

de conquista profissional e que eu vi que faltava alguma coisa. Bem, ética, fazer o correto, independente de qualquer coisa. Segundo, energia. Cara, na nossa jornada profissional tem muita coisa que a gente não controla, mas muita mesmo. Quem vai ser o novo presidente, como é que vai ser a taxa de juros, o trânsito pra chegar aqui hoje eu não pude controlar e foi uma dificuldade, mas tem muita.

Sylvestre Mergulhão (09:04.686)

Poucas coisas a gente controla, e uma delas é a energia que a gente aplica todo dia. Então isso eu não abro mão de estar sempre ali com a energia alta e que as pessoas à minha volta se comportem assim também. Quer ver uma coisa que me deixa maluco é o cidadão chegar na minha sala, bate. Vandera, eu tô com um problema. Fala, porra! Assim, bota energia, bicho. Por que você já entra resmungando com a voz pra dentro? Cara, vamos embora. O que você tá pegando?

E aí entra o terceiro... Vontade de resolver, né? Chegar sem vontade de resolver é meio ruim, né? Eu não sei muito bem. Acho que às vezes até falta a palavra no português para... A melhor que eu encontro é essa energia, sabe? Mas é isso, essa vontade. Então coloca aí 101% de energia sempre. Tem um pouco a ver com intencionalidade também ou não?

Eu acredito que sim, porque a pessoa que tem muita energia, ela acaba criando esse sentimento de que, cara, ela consegue fazer as coisas acontecer, ela não é passageira, ela está ali, intencionalmente, agindo, buscando um determinado resultado, essa atitude protagonista na vida, sabe? Isso ficou muito claro para mim que me ajudou.

na minha jornada e eu passo pra quem tá à minha volta, sejam meus liderados e hoje como pai é algo que eu espero poder passar pros meus filhos. Boa. Bem...

Falamos de fazer o correto, ser do bem, colocar energia. Ainda pra terminar a energia, falei de filho, né? Alguns vão estar ouvindo, mas aqueles que vão estar vendo essa gravação. Eu sou um cara de um pouco mais de 1,70m de altura. Imagina se eu quiser jogar basquete. Claramente, eu vou ter dificuldade. Mas uma coisa é certa, eu vou botar muita energia... Pode falar as palavras aqui, botar muita energia nessa porra. Aqui tá liberado. Porra, então... Se eu sou carioca e eu preciso, se não eu fico...

Sylvestre Mergulhão (11:01.296)

Cariocas falando sobre verdades inconvenientes. Exatamente. Então, com perdão aí, se sair um porra, o editor coloca um pia aí se precisar. Mas assim, eu vou ser o cara que vai botar mais energia nessa porra. Vou ser o que vai mais correr, ou pelo menos eu vou no meu limite. Então, não é sobre o que eu controlo ou não controlo. Eu não controlo ser mais alto do que eu sou. Eu não controlo ser mais forte do que eu sou. Eu não controlo, mas eu controlo a energia que eu vou colocar ali, sabe? Então, no que eu entrar, eu vou entrar com 101% de energia.

O terceiro é a disciplina. A disciplina, pra mim, cara, ela é um superpoder que pouca gente percebe isso. E é libertador, né? Mas demais. É curioso, né? Porque a disciplina, ser libertador. Demais. E...

A disciplina pra mim... Imagina você estar lá em cima numa alminha, tipo aquele filme da Disney que tem Soul, que conta das alminhas que vão descer pra Terra. A Disney é incrível, capaz de endereçar temas complexos de uma forma tão lúdica. Mas as alminhas, antes de descer pra Terra, elas tivessem que entrar numa fila de superpoderes que elas poderiam ter na Terra. Imagina que tem a fila dos rápidos, tem a fila dos fortes, dos bonitos, e tem a fila ali que é pra ser disciplinado.

Cara, eu duvido que essa seria a maior fila. Porque não tem muita graça, não é sexo ser disciplinado. Mas acho que essa já maturidade que a vida vai me dando, eu olho pra trás e vejo. Do que a gente vai conversar aqui, se algum grau de prosperidade eu conseguir alcançar, enormemente se deve à disciplina. E disciplina pra mim é fazer o combinado 365 dias por ano. Não é fazer o combinado quando eu quero.

É, choveu eu faço combinado, tá sol eu faço combinado, meu time ganhou eu faço combinado, meu time perdeu, eu dormi bem, eu dormi mal. A despeito do que eu não posso controlar, eu faço a minha parte e o que foi combinado entre nós. A BIP, se alguém que está nos ouvindo já experimentou os nossos serviços, percebe isso, essa padronização. É disciplinar, a gente disciplina o time como uma tropa. E eu vou poder te contar um pouquinho mais à frente

Sylvestre Mergulhão (13:18.96)

em minha prévia profissional como militar, que eu não cheguei lá disciplinado, saí de lá disciplinado e carreguei isso, tanto pra BIP, como você também mencionou, pra BR Med, que foi minha primeira empresa antes da BIP. E, por fim, o quarto, após eu reunir um grupo de pessoas que são do bem e fazem o correto, botam sempre energia. Quando a gente combina algo, todo mundo cumpre o combinado sempre. Tem um quarto valor...

Tá até um pouco desgastado por conta de rede social, mas eu honestamente, genuinamente gosto muito que é resiliência.

E muitas vezes eu pergunto pras pessoas, você sabe o que é resiliência? E muitas vezes vem aquelas definições de internet meio superficiais. E eu lembro ao pessoal que resiliência é um termo que vem lá da física. Que a capacidade de um material sofrer algum tipo de pressão, de força...

E em ganas quem acha que o material resiliente não sofre nenhum tipo de dano. Ele enverga realmente, ele enverga, enverga, enverga, ele sofre. Mas o que confere a ele resiliência é a capacidade de, ao cessar essa força, retornar ao estado original. Ele não fica danificado, ele aguenta, apesar de sofrer, diferente de um material que é muito forte.

O forte pressupõe que ele vai sofrer pressão e ele não vai se deformar. Então, mesmo que eu reúna pessoas do bem, éticas, com muita energia e disciplina...

Sylvestre Mergulhão (14:58.766)

Se tem uma coisa que eu tenho certeza é que um perdão do francês vai ter algum momento que vai dar merda. Ainda assim, vamos passar por intercorrências de mercado, internas, familiares, pessoais... Com certeza. Como dois mais dois são quatro, vai dar merda e vai dar merda de vários sabores. E muitas vezes ao longo da jornada. Dito isso, eu preciso ter um time muito resiliente. Um time que, diante dessas diversidades...

dessas adversidades, vai ser capaz de aguentar, aguentar e esperar que juntos a gente consegue e vai passar. Então, basicamente, esses são os valores que eu carrego comigo, que eu tive a oportunidade de colocar na fundação da BRMED.

Assim como na fundação da BIP, a gente tem nos nossos crachás, está lá todo dia. Muito bom. E, óbvio, tenho certeza que você tem valores também tão importantes quanto, mas o importante é você saber quais são os seus e viver de acordo com eles. A minha vida ficou muito mais fácil depois que eu olhei para os valores e falei, cara, são esses. Ficou muito mais fácil, porque aí, na hora de eu precisar tomar qualquer decisão, seja no âmbito pessoal ou profissional, eu olho meus valores. Se eu fugir desses valores aqui,

Pra gente não arrepender. Provavelmente. Exatamente. E o legal, porque assim, tem um tema que a gente, em grupos de empreendedores, cara, todo mundo começa achando que é bullshit, que é papo, no início da vida empreendedora, que é cultura. Do início, a gente sempre acha, cara, o importante é vender e, porra, entregar. Venda e operação, venda e operação. E aí você vai entendendo, conforme a empresa vai tendo centenas, passa de mil pessoas, tem um elemento que conecta todo mundo, que é a cultura. E quando eu vou explicar a cultura pra turma, o que eu entendo como cultura,

como o jeitão de ser de um grupo. Aquele jeitão de ser seu, olha assim, fala que tem um jeitão aquele grupo, né? A forma de se comportar. E eu acho que os valores...

Sylvestre Mergulhão (16:58.99)

eles são um dos elementos que definem uma cultura. E basicamente, se complementam com propósito, missão e visão. Então, propósito, missão, visão e valores, uma empresa que não tem isso declarado, muito claro, e que todos saibam responder em unísono, dificilmente vai ter uma cultura forte. Então, valores, seja para viver a nossa vida no âmbito pessoal, profissional, eu hoje ficaria cego sem eles. Exato. E precisa ultrapassar o papel de ser meramente palavras

A empresa precisa estar vivendo aquilo no dia a dia. Então, todo o trabalho depois de cultura, depois que a nossa empresa cresce, é baseado em como é que a gente faz todo mundo sentir que está respirando e realmente vivendo aquilo durante toda a sua jornada dentro da empresa. Eu gosto muito da ideia de aplicar feedback ou numa conversa onde você vai, de alguma forma, orientar. Acho que feedback tem muito esse componente de orientação. Explicar, cara...

Tem um livro super legal que é o Empatia Assertiva lá. Esse livro é maravilhoso. É o Radical Candor. Radical Candor. É da... King Scott. E ela fala, Situation Behavior Impact. Nessa situação, você teve esse comportamento que gerou esse impacto. E essa é a oportunidade. Nessa situação, você teve esse comportamento que está desalinhado com a nossa cultura. Você lembra daquele valor, energia? Você acha que você entrou com energia aqui? Olha o impacto que teve. Então, nessa mesma situação, eu espero que você tenha esse comportamento com mais energia para você ter outro impacto.

Aí você vai aplicando no dia a dia. Porque palavras meramente na parede concordam com você, não valem de nada. Não valem de nada. E olha só, é muito curioso, né? Porque várias pessoas escrevem sobre, eventualmente, coisas muito similares, né? E dão nomes diferentes, né? Então você fez esse comentário agora sobre o livro da empatia assertiva. Mas isso é muito próximo também do que fala a CNV. Eu não sei se você já teve a oportunidade de estudar a CNV, a comunicação não violenta, né? Que, na minha opinião, tem um nome péssimo, por uma ferramenta excelente. Incrível, né?

E ela fala muito sobre isso, sobre como eu me senti diante do seu comportamento, que é mais numa interação individual. Mas como eu me senti diante do seu comportamento, o que isso impactou e vamos criar um novo combinado para como a gente vai lidar com essas situações parecidas daqui para frente. Isso salva muito o casamento. Essa ideia de como eu me senti, eu acho que para mim é... Como eu me senti liga na emoção, cara. Como eu me senti. Como é que você vai questionar algo que eu estou dizendo como eu me senti, isso para mim, se você tivesse que resumir a um takeaway desse livro, é isso.

Sylvestre Mergulhão (19:25.52)

Enfim, o livro diz um monte de coisa, mas assim, dá pra fazer um resumo. E essa... Eu tenho um guia pra mim de emoções, né? Roda das emoções, que são seis emoções básicas e várias emoções corolárias. Cara, eu uso aquilo quase de muleta. Na dúvida, não sei o que eu tô sentindo. Deixa eu olhar aqui. Aí eu vou lá dar uma olhada e falar que tô sentindo isso aqui. Que legal, cara. Que legal.

a gente conversou aqui, eu senti isso aqui, ó. Tem umas ferramentas, e de novo, às vezes tem... Ah, qual é a melhor ferramenta? Cara, ferramenta é... Se ela cumprir o papel objetivo final dela, independe que é o qual é a melhor, mas são muito interessantes. Eu podia falar de uma, por exemplo, de personalidades, de temperamentos, você entender que pessoas têm temperamentos diferentes. Então eu uso na minha gestão, entendo que esse cara é muito colérico, aquele é mais fleumático, aquele é mais melancólico, aquele é mais sanguíneo, enfim.

CNV, Radical Candle e como aplicar feedback. A gente vai poder explorar um pouquinho mais sobre isso, mas essas ferramentas que hoje existem, vale a pena a gente se expor a elas e entender qual se aplica pro teu business, pro tipo de pessoa que você tem. Em que contexto e tudo mais. E não achar que temos que escolher uma e é essa. Você mencionou na abertura, achei legal. OKR. OK, se você usa outro Set and Go Strategy, beleza,

Tente você ter um gol na tua empresa. Tem gente que usa o carro, tem gente que usa outro e aí vai. Muito bom. E eu gosto de perguntar sobre comportamentos, mad skills, que são aquelas skills muito loucas, assim, fora da caixa. E você teve essa experiência profissional anterior ao empreender. Me conta um pouco sobre ela e como você trouxe essas experiências do trabalho militar para dentro das empresas depois.

aquele vídeo super conhecido do Strip Jobs, que ele faz numa formatura, se eu não me engano, em Stanford. É o Connecting Dots. Isso, porque a vida com o benefício da retrospectiva faz muito mais sentido. Fica muito fácil de explicar. Isso aconteceu aí, ele fala lá, nas aulas de design que ele assistia, que eram eletivas na faculdade, isso deu origem lá, os tipos de fonte que o Mac tinha, enfim. E quando eu olho a minha vida em retrospectiva, de forma muito resumida, pai médico, irmã médica...

Sylvestre Mergulhão (21:55.12)

Me tornei médico, fiz aqui na FRJ no Rio de Janeiro. Descubro o empreendedorismo durante a faculdade, quase que por acidente. Começo a organizar festas na faculdade. Vejo que não funcionava bem as festas, queria festas melhores, ninguém ia fazer. Essa atitude protagonista... Aí você foi lá e fez, né? E começaram a me pagar, dizendo que eu fazia bem, e o resto virou uma história que tem aí... A Endeavor documentou isso super bem. Só que quando eu me formei, apesar de eu já estar ali, apaixonado

eu seria empreendedor, tinha um pedaço da medicina que particularmente eu gostava muito. Que na medicina tem uma área de emergência que é a área ligada ao ATLS, Advanced Trauma Life Support. É quando o bicho pega mesmo... E tem que chamar o Papa. Não, tem que chamar o cara que gosta de viver isso e não é nem melhor nem pior, claramente. A gente precisa ter aquele médico do consultório que faz ali a prevenção, as questões mais crônicas. Mas acho que esse perfil agitado e tal, eu gostava de terapia inteira.

e gostava dessa parte de trauma, de até ls. E aí do meu ano que eu me formo, em 2008, abri um concurso para o corpo de bombeiros militar do Rio de Janeiro.

E, putz, eu achava o máximo aquela história do bombeiro. Que é, meu irmão, quando o bicho pega, é carro capotado, é pau comendo em algum lugar e tal, tem gente precisando de ajuda, chama o bombeiro. Desde isso até tem um gatinho na árvore. É isso, né? Mas aí não são os médicos que vão. Ah, tá. São os combatentes. Bombeiro resolve qualquer coisa. É, mas eu já entrei no bombeiro já como oficial médico, né? Então... E aí, fiz o concurso e aí passei... E aí isso conecta, inclusive, com aquele valor da disciplina. Deixa eu te contar isso.

E olha como é que virou um dos meus valores. E, a meu ver, tem um papel relevante na prosperidade que a gente vem conseguindo nas empresas. Qual é a história? Eu morava lá em Niterói. E o quartel de formação do Corpo de Bombeiro é em Guadalupe. Cara, para quem não é do Rio...

Sylvestre Mergulhão (23:53.998)

de Niterói pra Guadalupe tem simplesmente toda a ponte Rio-Niterói e praticamente toda a Avenida Brasil. Vamos fazer mais ou menos uma conta aqui. 13 quilômetros mais ou menos de ponte, 50 ou 60 de Avenida Brasil, talvez. Mas quantos deles engarrafados? 100%. Essa aqui é a parada. Tá bom, exagerei. 85 só. Só. Então eu tinha que estar lá às 6h30 da manhã. Só que não é um 6h30 no estilo portão do Enem. Vai fechar e você entra, sabe?

O militar tem isso que é 6,5 pronto para em forma em condições D. Então, é estar realmente 6,5 na quadra em forma em condições D. Pronto para em condições D.

E aí passa a inspeção, ver se a sua barba tá feita, se a insígnia tá colocada da forma que deveria e tal, em Guadalupe. Cara, eu vim no Dinete Herói, na época eu tinha 24, 25 anos. Eu chegava pra 10, 15, 20 minutos atrasado. Só que aí... Atrasado para o horário que você já devia estar pronto. Já devia estar pronto, exatamente. Então você ainda demorava mais um tempo para estar pronto. Perfeito. E aí, só que tinha uma regra, que era pra cada um minuto atrasado eram 10 flexões. Beleza.

Aí que o carioca... Cara, carioca e pontualidade são duas coisas que não combinam, né? É... Cara, eu chegava 15, 20 minutos atrasado, eram 200 flexões em jejum, porque não tinha dado tempo de tomar café no sol de Guadalupe.

E a essa altura, eu já tava por médico formado, começando a minha primeira empresa, e porra, chegando todo dia sendo esculachado lá, 200, 300 flexões, e você não consegue fazer 300 flexões, chega uma hora que você... Deita aí, cara, espera, faz... Fica no sol aí, e aí até você acabar. Bem, aí eu falei, cara, quer saber? Vou largar essa parada, meu irmão. Faz sentido. Vou largar. Aí eu fui pra casa, nesse fim de semana eu assistia aquele filme Tropa de Elite.

Sylvestre Mergulhão (25:48.59)

E você deve lembrar que naquele filme Tropa de Elite tinha um cara que, porra, pegava a volta e falou assim, ó, pede pra sair, pede pra sair. Ah, falei.

Aí que eu acho que a gente... Aí você falou, não, não vou pedir pra sair. Aí que eu acho que a gente tem um fiozinho desencapado, que quando provocam a gente, dá um curto-secuito, que eu falei, cara, mas nem ferrando que eu vou pedir pra sair, nem que eu tenha que dormir lá dentro do carro, no estacionamento, amanhã eu chego cedo. E nisso eu fui me provocando. Cara, olha que história. Eram 132 médicos. No final eu termino como 01 na academia, porque aquilo virou uma chave em mim que me testou, sabe?

Eu percebi que era incrível, o simples fato de eu ser disciplinado, chegar na hora... Cara, aquilo me fez alcançar um resultado como ser o 01 na turma de 132 médicos da academia do bombeiro militar. Beleza.

Disciplina super rigorosa, aí eu começando a empresa, e aí até que teve dias que eu tinha plantão eixa, eu não conseguia estar. Fiquei preso uma semana no quartel, porque não fui onde tinha que estar. Realmente, a parada de disciplina no mundo militar é muito séria e me fez muito bem, e eu trouxe isso para a empresa. Então, eu trago da minha época de bombeiro essa admiração e entendimento do poder da disciplina.

E teve uma outra parada que me chamou muito a atenção, se tem uma coisa que empreendedor faz é apagar fogo, né? Então faz até uma analogia aí. Incrivelmente, somos bons bombeiros. Exatamente. Mas olha que coisa interessante. Lá tem um treinamento para acidente, quando você é numa cena de trauma, você chega numa cena de trauma. Imagina você, chegou numa rodovia de noite, chovendo, você desce da ambulância, tem dois carros que colidiram.

Sylvestre Mergulhão (27:35.854)

Você escuta uns gritos, cara, a visibilidade está baixa. Qual é o teu instinto? O que você quer fazer naquela hora? O que você acha que o médico socorrista deveria fazer?

Eu não faço a menor ideia, não fui treinado pra isso. Exatamente. Então você pode falar qualquer besteira. O que você faria? Sei lá, vou ver se tem alguém vivo. É o teu instinto. E acho que de 99% das pessoas responderiam isso. Aí você vai, daqui a pouco vem outro carro, acerta a sua ambulância, acerta você, morre você, todo mundo que tá ali. Primeira coisa, evitar que o problema aumente. Sinaliza o ambiente. Primeira coisa, antes de ver a cena ali, sinaliza. Você não tem ideia de quantas histórias tem.

de acidente com a ambulância. Caraca, e é verdade, a gente passa nas estradas e a própria estrada fala sobre isso, nas placas, na iluminação. Se você está encostado, pare, não sei quantos metros na frente do seu veículo, para você ficar realmente distante de eventualmente, num acidente, você ser ainda prejudicado. Coisa que mais revolta uma pessoa que tem um mínimo de treinamento nessa área é na estrada aquela pessoa que você vê ela

signalizando, ou seja, ó, tá protegendo meu carro, mas eu tô aqui exposta, né? Enfim, é, primeira coisa é essa. Segunda, qual que você acha que é? Ainda acha que é correr lá pra atender alguém? É entender o tamanho do problema. São só esses dois carros mesmo envolvidos, ou tem uma moto que tá a 15 metros no meio do mato? Será que tem alguém que foi lançado? São só essas quatro vítimas, ou tem mais uma lançada longe dali? Então, evitar que o problema aumente...

entender de fato a dimensão do problema e agora chegou a hora de fazer o que você queria fazer, que é ir atender de fato aquela pessoa, aquela vítima, aquelas vítimas que estão no acidente. Agora, qual atender primeiro? Tem seis vítimas, quatro num carro, dois no outro. E numa tem uma criança gritando. Teu instinto fala o quê? Essa eu acho que eu tenho uma ideia, porque eu aprendi, eu tenho alguns amigos médicos, e a ideia é salvar quem está com mais chance de vida. Então...

Sylvestre Mergulhão (29:47.214)

Você não consegue, sem ainda ter se aproximado, ter essa noção de chance de vida. Entendi. A pegadinha do que é contraintuitivo é o seguinte. Imagina que no meio dessas quatro tem uma criança gritando.

Qualquer pessoa tende a correr pra ajudar essa criança. E aí você entende, por exemplo, que quem tá gritando tá respirando. Você só consegue gritar se você tá respirando. Enquanto tem talvez uma jovem ou um homem desacordado, então onde que eu faço a comparação com essa vida de bombeiro, com a nossa vida empreendedora? Se não diariamente, mas toda semana...

Você tem cenas como essa, que te chegam com um problema. Cara, primeira coisa, vamos evitar que o problema aumente? Como é que a gente faz pra parar de repercutir esse problema? Porque nosso interesse é já querer ir tomar uma ação, vamos parar. Que o problema se expanda. Dois, vamos entender de fato qual é o tamanho do problema agora. Agora que parou, que não vai aumentar, qual é o tamanho dele?

E não é necessariamente, terceiro ponto, não é necessariamente aquela pessoa, aquele departamento ou aquele cliente que está gritando mais alto... Gritando mais alto, tá. ..que deve ser o primeiro a ser atendido. Isso virou quase que um framework que eu não aprendi em livro de gestão e eu uso todo santo dia. Ou pelo menos toda vez que eu sou apresentado a uma situação complexa com múltiplas vítimas, no nosso caso seria múltiplos personagens.

Cara, chegou pra mim, o meu papel é não piorar a situação. Tem inclusive na medicina uma expressão que é primo nono série. Que é, cara, a primeira coisa é não faça mais mal. O paciente chegou pra te atender, só não prejudica ele. Não deixa pior do que ele já chegou, né? Primo nono série. Muito bom. E aí, uma pergunta rápida. Você é um otimista ou um pessimista? Me fala aí sobre isso. Cara... Eu diria que eu sou, obviamente, otimista. Eu tô pra conhecer um empreendedor pessimista.

Sylvestre Mergulhão (31:49.294)

Porque, cara, você salta de um penhasco, né? Então você tem que acreditar que vai dar certo. Aquelas horas que você vai montar o seu avião... Quando eu voio. Quando você pular do penhasco, né? Por outro lado, o otimista, simplesmente otimista...

Eu tenho um receio e tenho uma forte convicção que ele não sobrevive nesse mundo empreendedor. O otimista que beira ingenuidade, sabe? Acha que tudo sempre vai dar certo. Tudo sempre, sempre vai dar certo. É uma coisa meio mindset chucha. Lembra do tudo que eu quiser, o cara lá de cima vai me dar? É... Esse eu acho que acaba se machucando. Então, eu misturo o otimismo com uma paranoia. Que tem até aquele livro do Andy Groove, que foi o fundador da Intel, que é Only the Paranoid Survive.

paranoico sobrevive. Então, cara, seja otimista, mas, cara, esteja sempre atento, quase que paranoico, às ameaças das mais diversas que a trajetória empreendedora apresenta. Pode vir de qualquer lugar, né? De qualquer lugar. E aí, bicho, eu tô falando de macroeconomia, concorrência, a puxada de tapete e societária. Nossa senhora. Bom, podemos falar disso mais na frente. Mas o que você pensa, cara, sobre

de cuidar de si mesmo, né? E o quanto que é egoísmo ou não cuidar de si mesmo antes de cuidar dos outros, fazendo uma analogia lá com aquela história do avião, né? Coloque a máscara primeiro em você antes de ajudar os outros. O que que você pensa aí sobre isso? Cara, honestamente, eu tenho uma posição muito clara. Eu sou muito a favor dessa postura. Da postura do autocuidado, você quer dizer? Do autocuidado, sim. Porque...

A responsabilidade de quem se propõe a fundar uma companhia ou um executivo liderando uma companhia, você tem ali, no meu caso hoje, milhares de pessoas envolvidas e famílias envolvidas. Então, eu preciso usar a minha melhor versão para eu poder ajudá-los.

Sylvestre Mergulhão (33:54.702)

E, por exemplo, atividade física, cuidar da minha saúde física. Houve uma época onde eu me sentia mal estando uma hora por dia na academia, porque eu entendia que eu não estava sendo produtivo. Sério, eu me fazia mal, eu tinha um dilema comigo mesmo nesse sentido. Até que eu vi numa palestra um cara falando, cara, isso faz parte do meu job description. Cara, você tem que estar bem para você dar conta...

da tarefa árdua e da responsabilidade que é ter tanta gente liderada por você. Então entenda isso como parte do seu job description. Isso mudou na minha cabeça. Nossa, e é estar bem no âmbito geral, falando aqui, por exemplo, de saúde. Física, mental... Se você é uma pessoa que não se cuida bem da sua saúde, alimentação, exercício físico e tudo mais, você pode atender a adoecer fisicamente, com mais frequência.

Sylvestre Mergulhão (34:54.)

que está baseado nos valores que você descreveu. Perfeito. Então, eu de verdade acredito nessa analogia que é feita da máscara de oxigênio. Se você quer causar um impacto no mundo, se você quer ajudar outras pessoas, cara, começa por você mesmo. E não vejo isso como egoísmo. Engraçado que tem até uma autora super polêmica, né?

mas entre nós, mas que escreveu um dos livros mais influentes do mundo chamado A Revolta de Atlas, que é aquela Ayaan Rand. Ela tem uma linha da filosofia do objetivismo, que ela tem um livro chamado A Virtude do Egoísmo. Super contraditório esse título. Mas a mensagem que eu capturei ali, entre outras, que é isso, o egoísmo pode ter um ângulo que é... Cara, peraí, se eu quero algo, eu não vou ficar...

me sentindo merecedor e que alguém tenha que trazer pra mim. Eu vou buscar dentro de parâmetros éticos, óbvios com o meu trabalho, de forma lista, mas existe um adoecimento de algumas gerações, muito do achando que tem direito a muita coisa, que alguém deve dar a ele. Não, eu já acho que... Se tem um ângulo que a gente pode olhar um egoísmo, forçando uma barra aqui, tá? Mas um egoísmo de uma forma positiva é assim, cara. Você é protagonista.

Se você quer algo, você vai atrás, você busca pelos seus próprios meios, e aí sim, na hora certa, quando você puder, você ajuda os outros.

Sylvestre Mergulhão (00:04.718)

e no seu âmbito mais espiritual.

falando um pouquinho de meditação, ou se você tem alguma religião. E teve uma coisa que me chamou a atenção quando você falou sobre exercício. Eu não sou uma pessoa que faz meditação. É constantemente. Eu faço em alguns momentos bem específicos, bem pontuais, mas quando eu estou fazendo exercício físico é um momento, para mim, de meditação, que é a cabeça limpa e tudo mais. E eu tenho outros momentos também mais exóticos, você sabe que eu gosto de tomar uma cerveja, né? Então ficar tomando uma cerveja sem estar com ninguém.

Sozinho mesmo, vendo o mundo passar, é um momento de reflexão em que talvez, não sou especialista no assunto, mas talvez o impacto cerebral seja parecido com esse da meditação, que é um momento que minha cabeça limpa, estou preocupado em sentir o sabor, sentir o amargor, e fico ali aqueles minutos tomando uma cerveja na boa. O que você tem de momentos que se aproximam disso? Que bacana. Lembra que lá no início do nosso papo eu mencionei...

e que eu me aproximei dessa clareza dos valores quando eu senti um certo esgotamento. Então, de uma forma muito transparente aqui, houve um momento da minha vida onde eu comecei a me aproximar de um resultado profissional que era algo que me driveava muito numa década anterior, dos meus 20 aos 30, aos 30 e pouco. E comecei a falar, porra, que legal, que bacana, pude dar uma vida muito confortável para minha família.

Mas eu comecei a falar, opa, opa, opa, não tá trazendo aquele preenchimento que eu esperava. Dessa forma ali, meio que muito espontâneo, eu conheci a filosofia. Então, há entre cinco e dez anos...

Sylvestre Mergulhão (01:53.165)

Eu conheci a filosofia e aí, cara, com essa intensidade, comecei a devorar filosofia. Aí eu fui de Sócrates, platão, Aristóteles. Obviamente, me dediquei alguns anos ao estoicismo, Marcos Aurélio, Epíteto, enfim, e tantos outros que hoje estão até meio desgastados aí, mas existe ali um conhecimento que...

Se sustentou, não foi à toa, por mais de dois mil anos, mais de dois mil e quinhentos anos. Na verdade, se sustenta até hoje. Sem dúvida. Porque são coisas inerentes ao ser humano. Perfeito. É que eu mencionando aí, por exemplo, Sócrates e Platão, a está falando de antes de Cristo, então, alguns séculos ali antes de Cristo, então, dois mil e tantos anos, realmente tem muita sabedoria ali, sabe? Porém...

Pra chegar na tua pergunta, a filosofia já abriu minha cabeça de uma forma assim, incrível. Quando eu escutei a alegoria da caverna de Platão, eu falei, pô, sou eu olhando pra caverna vendo sombras e achando que a vida é isso, cara. A vida não é isso, Wander. E aí eu fui fazendo a minha jornada nessa alegoria da saída da caverna, enfim. Porém, a filosofia me ajudou nessa... nesse início dessa transformação.

Mas chegou um determinado momento que eu comecei a viver situações da minha vida onde nem mesmo a filosofia me ajudava a entendê -las. Que eram situações que passavam pra uma questão mais... de uma transcendência. Que não é uma questão de como eu vejo o mundo, como eu me comporto no mundo. É entender um pouco a questão além dessa nossa vida.

ou porque algumas coisas... Por que a gente nasceu onde nasceu? Por que a gente nasceu de uma forma e outras pessoas nasceram de outra forma? Filho de quem a gente nasceu? Enfim, o que acontece com a gente quando essa passagem nossa aqui termina? São perguntas que eu já não encontrava, pelo menos, soluções satisfatórias somente na filosofia.

Sylvestre Mergulhão (03:52.365)

E aí eu realmente vou atrás desse conhecimento, junto com minha esposa inclusive, foi uma jornada muito bacana que a gente fez em conjunto. A gente busca a transcendência e aí vem a ideia de se religar ao que você entender como Deus, né? Religar, e aí a religião.

E a religião pra mim hoje, então não foi uma jornada de uma hora pra outra, teve um esgotamento que levou primeiro a filosofia. Antes da filosofia, teve a mitologia, uma coisa bem rudimentar, a filosofia. E há alguns anos a religião que hoje eu não consigo me imaginar vendo o mundo.

planejando a minha vida sem considerar esse aspecto espiritual, esse aspecto transcendental e carinho deu um outro sabor à minha vida, sabe? A minha vida, graças a Deus, o meu casamento sempre foi muito bom, ele ganhou uma outra dimensão, a minha família, meus filhos. Então acho que é uma resposta que não é fácil e curta de dar, mas hoje é um pilar fundamental na minha vida, a espiritualidade, a religião.

É incrível, cara. Eu não sabia que você tinha passado por essa parte da filosofia antes. Realmente não sabia. Você comentou que acha até que os históicos estão meio... Com a imagem meio cansadas. Eu não tenho essa visão, não, cara. Por que você acha isso? É porque tudo que vira moda, muita gente se apropria e começa a aplicar o conhecimento de uma forma muito superficial. Então acho que... A não ter um podcast melhor pra gente falar de deep dive, né?

A ideia é essa. Tá vendo isso aqui? As raízes, né? legal. As raízes é aquilo que ninguém vê, né? Aquilo que tá embaixo da terra, mas que vai crescendo ali e que dá o suporte pra gente crescer. Incrível. E as pessoas, quando veem, veem só aquilo que tá crescendo pra cima da terra. Vê os frutos, vê as folhagens, vê aquele tronco exuberante, mas não sabem o que tem ali pra trás, pro baixo. Por isso que a gente tá fazendo esse deep dive. E aqui você expõe isso, né? Então, por exemplo, nas minhas raízes...

Sylvestre Mergulhão (06:01.133)

São raízes mais recentes do que, por exemplo, raízes mais antigas e profundas como da minha criação, mas nessa última década a espiritualidade, a filosofia ganharam um papel importante. Então, por exemplo, quando você fala de valores e você vai falar de amizade, cara, cênica sobre a amizade é incrível. Enfim, tem um livro que eu recomendo pra quem quiser ter o primeiro contato com estoicismo, que chama O Diário Estóico, de um cara que tá super em alto, que é o Ryan Holiday.

talvez é o cara hoje que mais escreve e vende livros sobre estoicismo e que é todo dia você lê uma passagem baseada nos principais filósofos ditos estoicos né aí começando por Zenão de Sítio, Sêneca, Marcos Aurélio, Epíteto e cada dia você vai ler e o bacana é todo mundo tá lendo junto então se você presenteia um grande amigo se você presenteia a sua esposa todos vão ler aquela passagem no dia tal de janeiro tá todo mundo

de 1º de Janeiro é a mesma passagem em todo mundo. Então, isso abre diálogos e conversas muito mais interessantes do que falar com todo respeito a isso, sei do reality que está acontecendo, ou falar do... Ficar só falando de futebol, só falando de carnaval, ou só falando de reality que está dando no que está dando aí, não é num bom lugar.

Você já falou sobre livros, que outros livros você recomenda? Eu gosto de sempre perguntar sobre histórias inventadas ou histórias vividas. Que legal. O que você prefere? Ou quais são os que mais te impactaram em cada um? Sabe que tem uma brincadeira que eu faço quando se trata de livro? Apesar de poucos anos da minha vida, mas atendi como médico. E a situação de um atendimento médico é mais ou menos essa que a gente está vivendo aqui. O paciente do lado da mesa, eu desse lado, um bloquinho.

Adotações. Adotações, né? E aí, você imagina se alguém entra na sala de um médico e fala assim, doutor, me passa o antibiótico aí? Não funciona assim, por quê? Porque o médico precisa entender.

Sylvestre Mergulhão (08:10.955)

Qual é a potencial patologia? Se é uma infecção de fato que vai se beneficiar do tratamento com o antibiótico. Eu preciso imaginar qual é o germe que está causando essa... Qual é a bactéria que está causando essa infecção? Para que eu possa pensar no antibiótico que respeite suas condições, gestante ou não, alérgico, algo ou não, e que vai funcionar. Então, um livro pra mim, eu aprendi que é igual prescrever um antibiótico. Quando alguém me pergunta...

O cara me indica um livro, e é super comum isso. Eu falo, cara, eu preciso de alguns minutos com você. Senta aqui. Quase como uma consulta, assim. O que que tá doendo? Porque nada melhor do que o livro certo pro momento certo. Por exemplo, você é um cara que tá levantando um round. Primeiro round. Você vai start up, vou captar. Puta bicho.

Se você não leu Ventury Deals do Brad Feld, cara, vale a pena você ler. Vai te dar uma idéia da dinâmica do Ventury Capital. Cara, você tá com dificuldade de aplicar feedback. A gente falou aqui, Radical Candor. Ah, você tá num momento de growth, escalando a companhia. Eu li um recentemente do CEO do Snowflake, a Amp It Up. Cara, incrível. Você tá escalando uma companhia ali do early stage pro growth. Cara, Blitz Scaling do Reed Hoffman.

Então foram livros que foram verdadeiros conselheiros do momento certo. Então eu acho que é um pouco leviano indicar um livro por si só. Ah, esse livro aqui você tem que ler. Seria como, ó, toma aqui esse antibiótico. Não, preciso conhecer a tua dor. E, ó, estando já 15 anos nessa jornada empreendedora, provavelmente, a depender da sua dor, vai ter algum livro que eu vou ter sido exposto ao longo do tempo e que vai se aplicar. Se é o melhor ou não, não sei, mas que vai se aplicar. Então o livro pra mim é...

é... eles são meus grandes parceiros. Uma confissão que eu faço, que é o seguinte, eu contei lá atrás que eu começo a despertar pra vida empreendedora na faculdade de medicina, na UFRJ, uma escola tradicional de medicina aqui no Rio de Janeiro. E cara, não tinha em volta de mim gente pensando em empreendedorismo.

Sylvestre Mergulhão (10:21.165)

Na verdade, o pessoal mal sabia a soletrar lá em 2005, 2006, esse negócio de empreendedorismo. Não tinha esse hype. Ainda mais na área médica. Na área médica. Hoje a gente vê uma mudança. Você vê médicos querendo empreender. Mas, enfim... Só que os livros pra mim, quando eu comecei a ler algumas histórias, eu vou te dizer o primeiro livro que me marcou. Livro simples. Livro que você lê em um fim de semana. O Pai Rico e o Pai Pobre.

Então, assim, tudo depende. E eu vou te dizer um outro que é super fora do radar. Quando eu li, ele me deu uma paz de espírito, porque eu falei, apesar de eu estar me sentindo um bicho diferente com as pessoas à minha volta, existe por aí uma tribo que eu vou me encaixar bem. Esse negócio aí de empreendedor. Chama o Segredo de Luísa. Ai, gente, esse livro Você já leu esse livro? Quase ninguém que eu falo já leu esse livro. Sabe por que eu li esse livro? Porque eu participei, cara, do... Que legal.

É, do Impretec. Ah, do Sebrae, né? Do Sebrae, é.

E esse livro foi sugerido por um dos tutores. Ninguém hoje em dia fala desse livro. Nunca mais ouvi falar. É isso. Tem pelo menos 15 anos que eu não ouço falar desse livro. E foi mais ou menos quando eu li. Eu tô formado há 15 anos. Eu li na faculdade, de forma muito resumida, uma estudante de odontologia que começa a viver um flerte com a vida empreendedora porque ela viajava pra terra natal dela, voltava com umas goiabadas, bananadas, não sei, um doce, e vendia pros alunos da faculdade de odontologia. E o negócio começa a crescer e ela...

começa a aquele drama. Caramba!

Sylvestre Mergulhão (11:49.687)

Tinha um tio na história que ia dar o consultório pronto pra ela, e eu tinha o meu pai, com o mesmo nome, eu tenho esse nome esquisito, igual ao do meu pai Wander, não fiz isso com meus filhos. Então eu tinha tudo meio que encaminhado pra ser medicão mesmo, e eu me via naquele personagem. Então, livro pra mim teve um papel fundamental na minha vida, mas eu acho que você não deve, ninguém que tá ouvindo, a gente deve ler um livro, porque eu me falei aqui de um livro de forma vulsa.

mas buscar livros que endereçam uma determinada dor. Então assim, pô, Mergulhão, eu tô com essa dificuldade aqui, cara, de escalar a companhia e não perder a cultura. Cara, que livro você... Assim é a forma que se pede indicação de livro. E na dúvida, se você tiver um hiato entre um livro e outro, biografias aí eu gosto muito. Biografias de pessoas que você admira. Você teve alguma que te chamou a atenção? Teve uma que eu achei engraçado, que agora tá todo mundo falando dessa nova do Elon Musk, né? Eu li a anterior. Eu também li.

aquela que tem a capa com uns fios assim, uns plugs. Sabe que eu achei engraçado? Você lembra que tem uma passagem que o cara nunca tinha tirado férias, extremamente orcarolico, a melhor de se imaginar. E, pô, ele casou e depois de algum tempo de casada ele resolveu tirar férias. Você lembra pra onde ele foi? Se consegue lembrar? Cara, não me lembro mais. Bicho, ele foi, assim, pra lugares exóticos. Ele foi pro Zimbábue e pra um lugar chamado Brasil. E, cara, sabe o que foi mais engraçado? Engraçado, né? Melhor palavra. Mas enfim, mais curioso. Cara, o Elon Musk quase morreu.

ele volta, na época, apesar dele não ser americano, mas ele já morava nos Estados Unidos, ele volta com uma febre. E vai parar no CTI gravíssimo, se não me engano, chega a ser intubado.

E ele tava com uma febre que os médicos lá não sabiam tratar, até que deve ter cruzado lá alguém fazendo algum fellowship, alguma coisa, algum brasileiro. Onde é ele passou, né? Onde é que ele passou. E eles não sabem se foi Brasil ou Zimbabwe, mas ele quase morreu de malária. Enfim. E a gente não teria foguetes lançados pelo espaço? Não teria Starlink, não teria Tesla, não teria... Esse cara... Tem um ponto interessante aqui que é o seguinte. Eu vejo que tem dois grandes arquétipos de empreendedores hoje em dia, e não há melhor nem pior. Um Elon Musk, né? Só pegando essa ponte.

Sylvestre Mergulhão (14:01.263)

ele me parece esse cara que vai realmente mudar o mundo a forma como as coisas são feitas. E esse eu acho que eles veram ali, eles realmente têm uma genialidade. E veram a loucura, a maluquice, né? Historicamente, as pessoas que realmente se permitiram pensar coisas tão diferentes... Pô, bicho. Só que a questão é que são loucos que fazem. E eles efetivamente conseguem. E na biografia dele tá lá, o cara já tinha ganho a grana lá no PayPal. Isso, não precisava mais. E não só não precisava, como o cara vai quase bancando...

Isso. Pra bancar lá SpaceX no último lançamento, se aquele bicho explodia de novo, ele tava quebrado. E o cara que já tinha ganho bilhão na vida dele. Enfim, é admirável. Óbvio que como toda pessoa incrível, deve ter pontos questionáveis. Então tem esse tipo de empreendedor, que realmente não é o meu caso, nem é minha linha, né? Pelo amor de Deus, longe... Aí, salvo as devidas proporções estratosféricas. Mas tem uma outra linha que eu uso mais uma figura atual, que é o Jeff Bezos, da Amazon. Que cara...

Ele pega aquilo que não é que seja genial vender livro online. Mas ele faz melhor, mais eficiente. E acho que pra mim funciona melhor assim... Eu não tenho capacidade, não me vejo capacidade de às vezes mudar o mundo ou propor uma mudança no mundo diametralmente oposta como esse cara fez. Mudar a matriz energética dos carros e tal. Poxa, mas pegar algo, como assim? Porra, por que todo mundo tem que levar as criancinhas...

na clínica para fazer vacina. Cara, dá para fazer em casa, é muito mais prático e nem é mais caro, dá para ser até mais barato. Vamos fazer um pouquinho melhor, trazer eficiência. E a disciplina é uma coisa existente. Isso já transforma muito a vida. Com certeza. A Amazon é uma das maiores empresas do mundo. Exatamente. Mas foi também muita inovação. Mas resolvendo problemas que já existiam. Perfeito. Exato. E aí, vamos lá.

Questão potencialmente canceladora. Vamos entrar aqui nos meandros. O que você tem a me dizer sobre isso?

Sylvestre Mergulhão (16:04.653)

Olha, é... Pô, quando gente vai participar de podcast, quando a vai participar, né, de qualquer coisa que deixa ali um registro histórico, né? Mas lembrando que aqui a gente está com bastante tempo para você contar toda a história. É verdade. Porque o maior medo de todo mundo é quando... É descontextualizado. É descontextualizado. Tirar um recorte. Não, aqui... Ó, pessoal, quem está ouvindo aqui, saiba que tem que ouvir tudo. Então não vamos cancelar nosso convidado só fazendo um recorte sobre o que ele falou aqui. Vamos lá. Mas em linhas gerais, assim, eu acho que isso vai... A minha colocação, Carla,

Isso se aplica às mais diversas questões polêmicas que podem gerar um cancelamento. Eu tenho uma percepção de que, em todos esses temas, a sociedade só sabe se comportar como um pêndulo em movimento. Parece que a gente nunca consegue chegar num equilíbrio. E aí, pode nomear qualquer questão polêmica. Passa tempo e ela tem que ir de um extremo para o outro. Por exemplo, na minha área Saúde Mental.

Eu sou da área de saúde, eu tenho idade suficiente pra lembrar que há 10, 15 anos, no ambiente corporativo, se você levantasse a mão e falasse que tá com sua saúde mental em risco, você era tachado de fraco, você era tachado de soft. Como é que a gente tá hoje?

Caramba, hoje fala -se muito em saúde mental, hoje acolhe -se mais as pessoas que conseguem reconhecer que tem uma questão de saúde mental. Mas por outro lado, parece até que se você disser que não tem e que hoje você não busca nenhum tipo de suporte nesse sentido, que você tem algo errado.

Isso foi um dos temas que eu peguei, talvez um dos menos polêmicos. E essa é a ditadura onde a gente é cobrado socialmente das coisas. Acontece também na academia. Lógico. Do pessoal que fica postando do Tapago. Então é a mesma coisa. E virou uma cobrança social. Você faz terapia? Tá com a terapia em dia? Exatamente. E virou uma cobrança social como se todos, eventualmente, fossem obrigados ou tivessem necessidade de Quer ver um outro que durante um tempo foi... Eu acho até agora que tá um pouco mais estabilizado.

Sylvestre Mergulhão (18:22.887)

Fizemos pegar uns 3 anos atrás, caramba, você ia falar da sua empresa e do nada algo que até outro dia as corporações não declaravam, não era necessariamente um drive deles, por se não tiver é um absurdo.

Será que a gente nunca consegue encontrar um equilíbrio? Será que a gente tem que estar sempre em algum extremo? Então, óbvio que eu fui em temas...

mais seguros aqui, mas pensem aí em outros temas e vão ver que parece que a gente tem que estar sempre num... Está sempre no extremo, não consegue um equilíbrio. Perfeito. E o que eu tento na companhia, todos esses assuntos polêmicos, cara, vamos tentar encontrar o equilíbrio. A gente não precisa estar no extremo que está na moda, porque eu acho que aí acabam surgindo esses modismos e não falta consultorias para... Depois endereçar. Endereçar esse modismo.

Na época do ESG, eu digo na época porque me parece que agora tá querendo buscar mais um ponto central, mas nossa, aí vai surgir muita empresa, muita consultoria de ESG. É, vi de todas as... aqueles frameworks que existem no mundo corporativo, que cada um vem pra substituir o anterior, né? E quem não faz é um absurdo. É um absurdo, exata. Então, enfim. E aí, várias bullshit aí que a gente sabe que existem. E aí, você consegue compartilhar experiências de fracasso? E de como isso eventualmente te moldou como líder, como gestor?

A experiência de fracasso, eu acho que vou te pedir pra dizer uma letra, porque assim... De A a Z. De A a Z, de verdade mesmo. Quanto mais tempo você tem empreendendo, você vai colecionando fracassos. E se alguém acha diferente disso, se alguém tem uma história diferente, por favor, me mostre. É óbvio que o que a gente busca é um saldo positivo entre aquilo que você prosperou e aquilo que você fracassou.

Sylvestre Mergulhão (20:21.109)

Mas não quer fracassar, não tente nada. Então, primeiro, até para ser empático com alguém que está tentando, ou alguém que está de fato, de repente, vivendo, saindo de um eventual fracasso. Tive números. Então, montei duas empresas que prosperaram. Mas, por exemplo, tive um restaurante que não deu certo. E é curioso, porque tem umas besteiras que chega a ser clichê. Quando você começa a ganhar algum dinheiro na vida e começa a guardar algum dinheiro... Hoje eu aprendi isso a duras penas, que é restaurante pousada.

São duas coisas que é super comum as pessoas quererem abrir porque elas gostam de usar. Eu falei que eu gasto dinheiro no restaurante dos outros, mas sendo empreendedor, correndo pra cima e pra baixo, abrir um restaurante e vender pela metade do que eu gastei no investimento. Ou seja, foi um péssimo investimento. Péssimo, no mínimo, fora toda apurrenção. Mas assim, falando no mundo empreendedor, tem um ponto que eu queria chamar a atenção, que eu acho que é pouco falado, que é, em especial pra quem...

que estão querendo empreender, que é um negocinho chamado cap table, é quadro societário. Cara, é impressionante como eu vejo histórias de amigos que estão conversando num bar, tomando um chopp, se animam. Pô, alguém parece com uma ideia legal, aí eles batem o chopp, cinco amigos, vamos montar essa empresa? Vamos embora? Bum, bate. Mal sabem eles.

que ao bater aquele show, ao brindar aquele show, eles já estão fazendo uma empresa que tem uma chance enorme de fracassar no nascimento. E não existe regra, mas qual é a probabilidade de cinco pessoas conduzirem bem uma empresa early stage? Pô, Ravani, tem um caso tal, também tem um caso de jogador de basquete de 1 ,60m. Nem por isso eu acho que eu tinha que ser jogador de basquete. O mal do ser humano é querer pegar essa inserção e fazer regra.

Sem falar que, se você for querer seguir o caminho, que, por exemplo, na minha segunda empresa, na BIP, eu segui, que é o caminho que a gente chama de VC Backed, que é apoiado por Venture Capital, buscar investimento, você vai sofrer diluições societárias. Quando você já parte de uma empresa onde cinco pessoas têm 100%, cada uma tem 20%, e você fizer o que as startups fazem quatro, cinco rounds, você, no final, vai ter quatro, cinco por cento da companhia que você fundou.

Sylvestre Mergulhão (22:43.117)

e talvez isso possa não te agradar. Então, assim, e sem falar na complementaridade de cada um. Será que o melhor cara pra ser teu sócio é aquele teu amigão de faculdade, que vocês gostam de tomar showpe junto e tiveram a ideia ali conversando?

E eu, na minha primeira empresa, perdi muita energia quando eu permitia a entrada de alguns sócios, que lá na frente se mostraram completamente inapropriados para aquela jornada. E perde -se muita energia e muitas empresas sucumbem, empresas boas sucumbem, por um cap table mal pensado, mal programado ali. Perfeito, cara. Excelente. Esse aprendizado para mim também leva para a vida. Uma das coisas mais importantes é...

a ajeitar o cap table desde o começo. Então, chegando aqui no final, quem que você acha brilhante que a gente deveria convidar pra estar participando desse podcast, assim como você participou hoje? Se tem uma coisa que os 15 anos empreendendo, em especial lá na Endeavor, eu conheci muita gente bacana que eu admiro muito, serve de inspiração. Mas como o Carioca, aqui hoje gravando no estúdio aqui no Rio de Janeiro...

Eu acho que poucos caras têm a propriedade pra falar do ecossistema de empreendedorismo de tech no Rio de Janeiro, como um figura chamado Rafael Dutton.

fundador da Móveli, que vem até hoje ser proprietário do iFood. E é um cara que faz quase... Eu achei que ele tinha que fazer um stand -up com o homem de empreendedorismo. É um cara incrível. Então ele tem que vir aqui e vai dar um show. Beleza. Faz seu jabá aí agora. Jabá? Jabazinho. Fala aí da BRMED ou da BIP ou dos dois. Mas basicamente a BRMED é uma empresa de saúde ocupacional, então a gente faz outsourcing de serviços de medicina e trabalho para grandes empresas.

Sylvestre Mergulhão (24:37.423)

empresas, pra quem não sabe o que é saúde ocupacional, é aquela parte de exames médicos, admissional, periódico, demissional. E a gente tá 15 anos no mercado, com hoje com mais de 500 mil vidas que a gente cuida da saúde de mais de mil empresas clientes. E é algo que toda empresa de 5 a 10 mil funcionários precisa ter. Então essa é a BRMED.

E a BIP Saúde, que é onde eu me dedico hoje no dia a dia na função de cofundador e CEO, tem uma visão muito clara. A gente quer ser o aplicativo de saúde para o brasileiro. O pensou em saúde, ele pensa em acessar através da BIP. Esse é o nosso sonho grande. E a gente pegou essa trend, essa tendência do e-commerce e do delivery, que Amazon e Mercado Livre ensinaram para a gente, e aplicou isso na saúde.

Cara, se as pessoas estão se comportando, pedindo tudo em casa...

Dá pra crer que elas vão pedir saúde em casa e ninguém estava preparado pra isso. Com um componente logístico. Então a BIP começou fazendo vacina em casa. Hoje é a maior empresa de vacina do Brasil. Hoje faz exames laboratoriais em casa. Aceita aí quase todos os planos de saúde que você pode imaginar. E a ideia é fazer cada vez mais coisas. Fazer óculos em casa, entrega de medicamentos, infusões e tudo mais. Então essa é a BIP, a BR Med. Espero que possa ter clientes, seja atuais ou futuros, ouvindo a gente. Boa, muito bom, muito bom. Eu sou cliente, poço. Espero que seja satisfeito.

E a Impulso é uma People Tech especializada no aumento da capacidade e produtividade de empresas tech. A gente também tem o livro Sentir e Responder, que está aparecendo agora aqui na tela, que é o livro que eu brinco, que é o livro que deveria ter sido lido por todo gestor de empresa antes da pandemia começar. Mas fica aí a dica, está aqui na tela. E eu também sou cliente da Impulso. É verdade. Está de bobeira? É. Saiu dinheiro, tem que circular entre os amigos. Tem que circular. Vander, muito obrigado por ter vindo.

Parabéns pela iniciativa.

Valeu. Legal.

Onde encontrar mais sobre Vander Corteze

Recursos e links citados

Aqui estão, também, os links das dicas citadas pelo nosso convidado especial:

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